Também é objetivo do seminário identificar experiências que
já estão acontecendo para possíveis apoios. E é neste cenário que entram os
projetos Poço de Carbono Juruena e Sentinelas da Floresta. Eles serão apresentados
como iniciativas que ajudam Mato Grosso em suas metas de sustentabilidade.
Paulo Nunes, coordenador do projeto Poço de Carbono Juruena,
que é executado pela Associação de Desenvolvimento de Juruena – Aderjur,
explica que a experiência do extrativismo de Produtos Florestais
Não-Madeireiros será o principal foco da apresentação do governo de Mato
Grosso. “A parceria entre povos indígenas e agricultores na extração da
castanha-do-Brasil e do babaçu é um bom exemplo para o mundo todo se inspirar”,
aponta.
Para se ter uma ideia, na região Noroeste de Mato Grosso, estão
envolvidas 22 aldeias dos povos Apiaká, Caiabi, Munduruku e Cinta-Larga e ao
todo são 400 extrativistas indígenas ou não. Na última safra de castanha eles
geraram uma renda de 900 mil reais. Outros 100 mil reais estão saindo pelo
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab para compra de farinha de
mesocarpo de babaçu.
Essa experiência está indo tão bem que a expectativa é que
gere uma renda de 2 milhões de reais a partir da fabricação de derivados da
castanha-do-Brasil, como óleo, biscoitos, macarrão, barra de cereais, paçoca,
farinha e outros produtos. Esses produtos, assim como o extrativismo, são
considerados sustentáveis porque não necessitam de desmatamento. Muito pelo
contrário, o extrativismo depende da floresta conservada para existir.
Além disso, a dinâmica do extrativismo incentiva a
organização de associações e cooperativas, fortalecendo o vínculo social e
incentiva a economia local.
Sobre a Tropical
Forest Alliance
É uma iniciativa criada após a Rio+20 entre governos,
iniciativa privada e entidades sem fins lucrativos com o compromisso de zerar o
desmatamento até 2020 para as cadeias de suprimento de óleo de palma, soja,
carne, polpa e papel.
As iniciativas de Mato Grosso serão apresentadas na manhã do
primeiro dia do evento. Na terça, 13, o coordenador Paulo Nunes participará de
uma rodada de negócios para possíveis apoios aos projetos em desenvolvimento na
região Noroeste de Mato Grosso.
Projeto Poço de
Carbono Juruena
Desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de
Juruena – Aderjur, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras
Socioambiental, o projeto apoia o extrativismo de castanha-do-Brasil em vários
municípios do Noroeste de Mato Grosso. Também incentiva a diversificação de
cultivos na recuperação de áreas por meio de sistemas agroflorestais em
pequenas propriedades de Juruena. Dessa forma, os agricultores têm diversas
opções de cultivos e uma renda garantida e melhor distribuída ao longo do ano.
Além do benefício econômico, os sistemas agroflorestais “imitam” o
comportamento da floresta, armazenando carbono e ajudando a mitigar os efeitos
das mudanças climáticas.
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